Documentário: As Poderosas Joias Africanas

Documentário: As Poderosas Joias Africanas

As crises econômicas, conflitos armados e civis, mudanças climáticas, violência baseada em gênero, entre outros fatores que contribuem para o deslocamento forçado de milhares de crianças, mulheres, homens e grupos sociais diversos ao redor do mundo, faz com que o Continente Africano tenha um recorde de pessoas em situação de deslocamento, seja ele interno ou internacional.

Estima-se que até o ano de 2022, cerca de 36 (trinta e seis) milhões de pessoas, dentre os 55 (cinquenta e cinco) países, sendo 54 (cinquenta e quatro) deles reconhecidos como Estados soberanos no continente, foram forçadas a se deslocarem. Somando 44% (quarenta e quatro por cento), da população global.

Diante desta configuração da condição do deslocamento forçado, encontramos nacionais com diferentes status jurídico que necessitam de proteção internacional, como deslocados internos, solicitantes de asilo e reconhecidas como refugiadas. Os países que mais apresentam cenários complexos atualmente que fazem com que as pessoas necessitem migrar são: Etiópia, Sudão do Sul, Burkina Faso, Sudão, Nigéria, República Democrática do Congo, República Centro Africana e Moçambique.

Na busca por dias melhores, proteção internacional e dignidade em seu sentido mais amplo, nos deparamos com as histórias de vida de milhares de mulheres migrantes e refugiadas africanas no Brasil. Realidades essas que nos mostram a importância dessa conexão ancestral para a manutenção e construção de uma sociedade mais justa e equalitária para as mulheres, uma vez que, os nacionais dos países do sul global tiveram suas trajetórias de vida atravessadas pelos processos da colonização e pós colonização.

Assim, é nessa conexão afro-brasileira, através da realidade migratória contemporânea que acreditamos que conhecer a História da África por meio da oralidade feminina, nos ajuda a perceber o valor das sociedades negras ao longo do tempo, e que agem no presente como um espaço de potência para desconstruir a ideologia eurocêntrica, restituindo as mulheres africanas o seu lugar de direito, que pertence a elas desde a criação do universo.

Com isso, numa grande roda, reunimos oito mulheres de diferentes países do continente africano para contar a história de suas joias ancestrais e compartilhar as experiências vividas por elas ao migrar para o Brasil. Essas poderosas joias são lembranças de sua família e remetem a saudade de casa, a coragem para buscar novos caminhos e inspirar futuras gerações.

Mulheres essas que cada vez mais têm se tornado atrizes importantes para a mudança social nos países de trânsito e de destino ao incidir politicamente junto às suas comunidades e comunidades hospitaleiras acerca dos direitos da população migrante e refugiada, mas principalmente pelo direito das mulheres a vida e celebração.

 

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